Ensaios de Filósofas Brasileiras
O curso de filosofia da Regional Goiás-UFG, situado na Cidade de Goiás completa 11 anos em 2020. Em 2014, para comemorar os 5 anos de curso, foi realizado o primeiro Evento denominado “Erotismo e Filosofia” e foi mantida sua edição a cada dois anos. É um evento que proporciona encontro de intelectuais que respeita diferenças ao compreender que os feminismos são usinas de produção de ideias.
A coordenação nesse ano de 2020 é composta por Ana Gabriela Colantoni (professora de filosofia da UFG na Regional Goiás), Carla Damião (professora de filosofia da UFG em Goiânia) e Georgia Cristina Amitrano (professora de filosofia da UFU em Uberlândia). O evento está vinculado ao programa GSEX, coordenado por Maria Meire de Carvalho (professora do serviço social da UFG na Regional Goiás). O GSEX enquanto coletivo feminista da Regional Goiás, tem caráter interdisciplinar e interinstitucional, existe há 10 e propiciou participação de suas integrantes em todas as edições do evento “Erotismo e Filosofia”.
Nas três edições passadas, pessoas de diversos lugares do Brasil foram à cidade de Goiás para realizar e participar de palestras, comunicações, minicursos e exposições artísticas. O “IV Erotismo e Filosofia” não será diferente e contará com a presença de filósofas de diversos Estados brasileiros, que se unirão especialmente para pensar questões decoloniais, sobre o corpo e sobre a linguagem. Além disso, teremos uma mesa de discussão com componentes de dois projetos feministas: o GSEX (UFG) e o LEA(UFU), com o propósito de aumentar a interação entre estudantes das duas instituições.
É de conhecimento geral que estamos passando por um isolamento social, devido à pandemia do covid19, o que impossibilita a realização do evento presencial. Mas, se “a cidade é a vida transcorrendo como ela se dá” e se “a cabeça pensa onde o pé pisa”, então, nada mais justo do que a quarta edição do “Erotismo e Filosofia” aconteça novamente na Cidade de Goiás, ainda que virtualmente.
A participação das mulheres na vida pública ainda é um dos objetivos da luta contra o sexismo e a baixa representatividade na vida política pode ser constatada no legislativo de todo o país. Assim, como resistência simbólica, o evento pretende ter como palco virtual o Mercado Municipal da Cidade de Goiás, que em um passado não muito distante não podia ser frequentado pelas mulheres ditas “direitas”. É claro que as consequências disso podem ainda ser constatados nas subjetividades formadas. A exclusão cultural e social propicia a exclusão territorial e vice-versa. Do mesmo modo, a desconstrução do padrão socialmente constituído abre caminhos que podem ser escolhidos pelas mulheres, sem que elas sofram violência.
A cidade é o palco no qual mulheres, negros, e a comunidade LGBTQI+ sofrem cotidianamente agressões diversas. Em várias medidas a formação do espaço das cidades colabora com esses acontecimentos. As cidades em geral se desenvolveram de forma desordenada e sem planejamento, sem as políticas de proteção ao meio ambiente e ao bem estar social, de tal modo que podemos perceber a marginalização e a segregação das pessoas no presente.